Portugal é o 16º país do mundo – repito "do mundo" – no que respeita às ajudas aos países em desenvolvimento. Em miúdos, Portugal despendeu em 2005 cerca de 303 milhões de euros na sua maioria aos PALOP. Para vos dar uma ideia ainda mais clara da situação, estamos à frente de países como a França, Itália ou Espanha...nós que ainda nem somos um país desenvolvido... nós que atravessamos uma grave crise financeira, que temos mais de 500 mil desempregados... nós que temos um défice orçamental horrendo... nós que tivemos de reduzir a despesa pública e aumentar impostos... nós Portugal.
Também fiquei a saber, graças a um excelente artigo de Vasco Pulido Valente no Publico de Domingo, que Portugal tem um contigente militar, que sem ser vasto, está espalhado por quase todo o mundo. Temos soldados em Timor, Kosovo, Bósnia-Herzegovina, Afeganistão, na República Democrática do Congo, fora instrutores no Iraque, monitores na Faixa de Gaza e observadores militares no Burundi e Sudão. E agora queremos mandar mais um contigente militar para o Líbano.
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14 comentários:
dois ou tres pequenos factos para responder ao post do viddy, que se bem que deixem ver a minha opiniao diversa sobre o assunto, não significa que considere errado, cada qual a pensa da maneira que a pensa.
Portugal é o 16 pais do mundi no q respeita as ajudas ao desenvolvimento...aqui acho q e necessario dizer que dos à volta de 190 paises do mundo, 2/3 sao eles proprios paises em vias de desenvolvimento, transicoes para via democratica (ou seja, a tentar recuperar de guerras civis e ditaduras patrocinadas desde a guerra fria e com colocacao de classe dirigente por paises desenvolvidos, o que nao ajuda muito...), com problemas incriveis de exploracao dos seus recursos naturais pelos paises industrializados (nem cheiram o dinheiro da exploracao dos seus recursos), e que por estas e tantas outras razoes nao conseguem nem sequer dar de comer aos seus povos, quanto mais ajudar- por isto penso que o teu mundo devia ser reduzido a mais ou menos 50 paises.
o facto de estarmos a frente de paises como a espanha, franca ou italia e o resultado de uma forma economica/matematica de percentagem dos diversos PIBs, e a percentagem desse PIB que é afecta a ajuda ao desenvolvimento. Em termos absolutos a nossa contribuicao é muito mais pequena do que a desses paises.
Outra coisa importante é que o envio de tropas e regulado pelo orcamento dotado para a defesa, nao directamente pelo orcamento destinado a saude, educacao ou emprego. Em relacao aos contigentes miolitares espalhados pelo mundo, o total dos homens nao ultrapassa os 3000 (nao estou seguro, penso q seja a volta disto o numero), menos homens do que a italia vai enviar só para a missao no libano. Mais q isso, a participacao de Portugal em diversas missoes prende-se com as obrigacoes que temos perante a Uniao Europeia, e nao esquecer q a "ajuda" que damos nao e desinteressada, é o preco a pagar por outras regalias que queremos-ou seja, isto e o jogo da politica.
so mais uma coisa, nao leias Vasco Pulido Valente, o gajo é um reaccionário
Ah, e a ajuda aos PALOP é mais que devida...
Portugal pode e deve, apesar da eterna crise económica social/económica/moral que vive responder positivamente ao apelo da ONU e enviar tropas para o Líbano, com uma missão bem definida. Não é necessáriamente aumentar o contingente no estrangeiro mas afectar militares de outras missões para o Líbano. A União Europeia tem 'deveres e obrigações' a cumprir e Portugal é membro não só para receber (e desbaratar) subsídios. Por outro lado as tropas portuguesas têm que trabalhar no país ou estrangeiro, não é só para fazer exercícios que lhes pagamos mas para estarem onde humanitariamente são necessários, dentro das nossas (poucas) possibilidades. Se há países que não cumprem as suas responsabilidades isso deve-se a questões políticas e geoestratégicas, mais do que económicas. CARLOS REIS
Isto só acaba com uma ONU forte que resolvesse os conflitos quer em tempos de paz quer em tempos de guerra. Enquanto se tiver uma ONU subjugada a certas e determinadas potências a coisa não vai para a frente. É como um arbítro sem cartões e fora do estádio. Discordo do facto de medirmos a ajuda em termos absolutos. É em termos relativos (leia-se em percentagem do PIB) que se deve medir a contribuição das potências para as diversas "ajudas".
Mas Boytac, faz sentido q a ajuda seja medida em termos relativos, a questao e que o post afirma que Portugal ajuda mais que italia, Franca e Espanha, o que pode levar a erro. Mais que isso, paricipacao em missoes e ajuda ao desenvolvimento em principio nao se confundem, podem é por vezes ser complementares.
p.s. nao tem nada a ver mas onde estive este fim-de-semana havia um rio, e esse rio chama-se Boite. achei que gostarias de saber
'Enquanto se tiver uma ONU subjugada a certas e determinadas potências a coisa não vai para a frente. RÚSSIA E CHINA!'
Carlos Reis
Olhe q não. Olhe q não.Isso de "paricipacao em missoes e ajuda ao desenvolvimento em principio nao se confundem, podem é por vezes ser complementares" é só para ficar bem no canal do Euronews. E Carlos e as "potências" que estão a ser mais prejudicadas são a Mongólia e as ilhas Fidji. Bo, tiveste num rio? E qd conseguiste sair de Bucelas deparaste com um chamado Boite? Gandas Boitas!
A questão do envio de tropas ou não para seja onde for, a mim, parece-me puramente politica. Fazemos parte de algus "grupos" e como tal temos obrigações internacionais para cumprir o que neste caso me parece bastante razoável (até porque do que se tem falado não se vai aumentar o contigente de forças tugas mas sim realocar algumas por aí espalhadas, nomeadamente as que estão na Bósnia), ainda que na minha opinião não devemos aceitar essas obrigações cegamente.
Depois vem a questão dos números que sinceramente me ultrapassa como é decidida. Mas não me parece que simplesmente se reuniam a mandar números de soldados para o ar. Depende certamente das forças que se têm disponiveis, e sinceramente duvido que se negoceie em termos de número de soldados, mas mais em unidades militares do genero batalhões e companhias e batatinhas e etc... o que pode afectar a expressão dos resultados em números relativos. Estes têm o valor que têm e nem sempre as conclusões que deles se tiram são completamente fiáveis. Qual a percentagem de batalhões/soldados em relação à população desses países? Qual a percentagem da fatia dos orçamentos de estado para alimentar os seus exercitos?....
Quanto à ONU parece-me que existe ainda muita divisão interna para que possa actuar com a eficácia que seria à partida esperada, especialmente quando a questão é tão sensível como a do Líbano. Normalmente conseguem estar de acordo é em não actuar numa série de outros cenários de guerra espalhados pelo globo. Mas sinceramente, acho que ainda prefiro viver num mundo com ONU do que sem ela...
Vasco - Subsídios: Não podemos fazer uma analise macro-económica na base de valores absolutos. O que nos interessa é o percentual, já que é o valor que reflecte o impacto na nossa realidade e na nossa dimensão.
Tropas : Concordo que temos de cumprir as nossas obrigações, alias fomos durante muito tempo beneficiários, e na maioria dos casos não soubemos aproveitar, e agora temos de "pagar" numa fase difícil para a nossa economia. Não deverá ser novidade para ninguém que qualquer militar que se desloque para o estrangeiro recebe pelo menos 3 vezes mais (pagos por todos nós) e ainda é contado a duplicar anos de carreira (para ainda carregar mais a segurança social)Atenção que eu não digo que não devam ser pagos, porque em zona de risco essas regalias até são pequenas, o que refiro é que tem impactos. Mas impactos há até nos regimes de excepção da segurança social para futebolistas uma vergonha...Estou confiante que o Sócrates vai acabar com isso e muito mais, pois ele tem estado muito bem.
Vasco Pulido Valente, gosto e vou continuar a ler, porque tem uma visão muito assertiva da nação. Eu gosto. Não perco um.
Carlos e Boytac - Toda a gente sabe que a ONU não manda nada..o que me custa mais é ainda se criticar os EUA, eles que invariavelmente tem de andar a apagar fogos onde ninguém se quer meter, tem de acabar com regimes de terror e regimes que violam os direitos humanos, e ainda tenho de ouvir criticas aos EUA...ao que isto chegou, só de pensar que há 50 anos foram eles que salvaram a Europa...Criticar o Bush é uma coisa, agora não critiquem os EUA.
Viddy, ja tinha dito ao Boita que o facto de falar em valores absolutos foi para evitar o possivel erro de uma afirmacao do genero "Portugal contribui mais do que paises como a Franca, Italia ou Espanha", pois isso nao e verdade em relacao ao panorama internacional- o facto de termos uma ajuda à cooperacão com uns niveis (estatisticos) mais elevados deve-se às "ajudas" e investimentos nos PALOPs, na minha opiniao mais do que justificadas.
Mais, penso que nao se pode justificar a não ida ou participacao de Portugal em missoes internacionais pos-conflicto com o argumento dos salarios das poucas almas que para lá vão ou pelos efeitos possiveis na seguranca social ( na mesma optica pode-se partir para os salarios de tudo o que seja assessores, assistentes de ministros e pessoal deslocado em embaixadas e representacoes do estado no estrangeiro; alguns deles com missoes , tens de concordar, muito menos importantes). A participacao de Portugal é necessaria, nao so em termos de afirmacao do pais como em relacao aos deveres que temos enquanto membros de oragnizacoes internacionais como ONU e NATO, sem esquecer que somos membros da Uniao Europeia.
Depois vejo um pequeno contrasenso na tua analise, pois se os EUA vao, fazem o "trabalho" militar e depois pedem ajudas na fase posterior devem ser ajudados, isto segundo a tua logica...Nao me ouviras a criticar os EUA pelo envolvimento na resolucao de um possivel ou ja existente conflicto, mas vais ouvir-me sempre na critica a um estado que propaga valores que nao cumpre nem sequer dentro das suas fronteiras, quanto mais na gestao dos casinos que criam por esse mundo fora. Direitos humanos, democracia, liberdade, sao palavras com dois pesos e que levam a medidas diferentes conforme seja o povo, nacao ou estado do outro lado. nao culpo os EUA por todos os males, mas nao os posso ilibar de tudo o que fazem e vieram fazendo nos ultimos 50anos e que continuarão a fazer no futuro em nome de uma nocao de liberdade e democracia que é baseada em propaganda e uma concepcao mais do que economicista do mundo.
a falar a serio, nao leias o Vasco Pulido Valente;). tenta o courrier internacional, sai à sexta numa banca perto de si.
p.s. entao nao vens com o big eye??
O Bush devia ter aceite a proposta do Hugo Chávez de ajudar a os EUA aquando do Katrina. Assim poderiam ter partilhado o petróleo da Venezuela de uma forma "mais equilibrada" e desta forma a canção do António Variações ("Dar e Receber")não tinha sido escrita em vão.
Bodhi: a ONU ou muda ou caí na esparela que foi a Sociedade das Nações. Eu tb prefiro viver num mundo com ONU, mas não esta ONU.
Digo-vos: Esta "conversa amena" com uma jolas no Olival Basto era coisa para ter 3.554 comentários.
Vasco eu no essencial concordo contigo, agora eu dizia-te alguns países bem mais desenvolvidos do que Portugal que não metem os "coutos" nos campos de batalha, nomeadamente da Escandinávia e do norte da Europa...mas não vale a pena ir por ai...Eu sei que temos de cumprir as nossas obrigações e os nossos compromissos.
Em relação aos estados unidos, eu acho que no fim disto tudo ainda vamos acabar a dizer bem do Fidel, do Regime de Pyŏngyang, da China, do Irão, e só faltava dizer bem também do Hezbolha, pois esta na moda...O que eu quero dizer que os homens nos tem safo dos piores ditadores (sem retirar naturalmente os devidos benefícios, mas querias o que? que morressem milhares de americanos- milhares- nas praias francesas para nos salvar do Hitler, em prol de um molho de brócolos? não é justo..) e ainda assim há por ai muito militante do Bloco de Esquerda que diz mal..o que vale é que calmamente o Bloco de Esquerda esta a levar o caminho que tem de levar, o fim e o silêncio... Epá, outras missões me esperam, tenho de ir passar o Natal e a passagem de ano á Tanzania (que chatice, porra pá! :) ) e não sobram dias de férias. Mas um fim de semana não é mal pensado. Levo comigo o homem que se preocupa mais com o Benfica na Peninsula Ibérica, o Fonseka.
Abraços :)
É a velha questão do ser ou não ser... o que o Hamlet não explicou é que às vezes o problema é mais um "como" ser, e é preciso a ONU dar com a cabeça na parede mais umas vezes até se transformar noutra coisa, é assim que se aprende. Pena é que quem pague pelos erros, muitas vezes, não seja quem os cometeu. Mas ainda assim acho que prefiro esta ONU que nenhuma ONU, não que tenha assim tanta fé na organização mas, aqui no meu cantinho dá-me uma certa sensação (ilusão??) de segurança.
Os EUA, os EUA, foram muito amiguinhos na Normandia sim senhor, mas é bom não esquecer que alguns dos fogos que agora apagam, ardem com lenha por eles lá deixada nos tais últimos 50 anos. Alguns dos regimes que agora atacam foram em tempos patrocinados e apoiados pelos próprios EUA. E segundo me parece existem muitos outros regimes opressivos e conflitos trágicos de resolução bem mais simples que aqueles onde os EUA se metem. Faz pensar que o único critério que têm são os seus próprios interesses económicos. E depois não são assim tão anjinhos que só eliminam ditadores, também já lá os puseram. ainda assim hão de ter o seu valor e fazer o seu trabalho na defesa da nossa qualidade de vida....
E sim a conversa está animada...e é verdade que estas questões de politica e geoestratégia e blablabla têm muitos pontos de vistas, muitos ângulos e arestas. e é muito fácil falar aqui sentado, de barriga cheia......
Sinceramente, não me choca nada em termos militares espalhados pelo mundo, pelo contrário. Ainda por cima sabendo que estão em forças de manutenção de paz, e não numa posição de puros invasores. Não quero com isto estar numa de orgulho patriota, mas acho que é de louvar. Quanto a salários dos militares, choca-me muito mais a questão dos futebolistas levantada pelo Vasco, entre outros.
Quanto aos EUA, tanto se pode dizer bem, como mal, tudo depende para onde o vento sopra. Mas sinceramente, em termos de política internacional, falham a olhos vistos. E os resultados estão à vista. Os EUA já tiveram muito mais poder negocial do que têm hoje. Parece paradoxo, mas como é que eles têm resolvido as coisas ultimamente? Com simples rupturas (não há negociações para ninguém, se não gostam não fazem) ou com pressão coerciva militar.
Sinceramente, ou mudam a atitude, ou a médio prazo deixam de ser potência mundial. É pena o povo americano ser, na sua maioria, pouco informada e olhar para o seu próprio umbigo, porque se fosse mais consciente, as coisas não seriam como são.
Já agora, quanto aos artigos do Vasco Pulido Valente, nem os queria cortado às tirinhas a fazer de papel higiénico na casa-de-banho para não ferir o olho!! :D
Ps- Sim senhor, bom momento bloguístico este! Thumbs up!
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