Sinceramente, nem sei bem como explicar isto. Encontrei no blog Esplanar, de João Pedro George, um post delirante, e que abalou por completo os alicerçes da figura do José Rodrigues dos Santos - somente José a partir de hoje já que, para mim, perdeu toda e qualquer postura relevante para ser conhecido pelos três nomes.
Não sei se já leram o novo livro dele (eu não), O Codex 632, mas pelos vistos o José tem lá uma passagem arrebatadora, altamente profícua de imaginação doentia e que ultrapassa em demasia o bizarro, e que acima de tudo não tem uma pinga de coerência. Senão vejamos:
- Tomás - personagem masculina, professor de etnologia da Universidade Nova
- Lena Lindholm - personagem feminina, sueca, estudante de Erasmus, cabelos loiros, olhos azul-turquesa. José criou-a com um «rabo cheio e arredondado» e «nádegas carnudas», já para não falar nos seios, que «Tomás teve de fazer um esforço para não fixar os olhos naquele peito farto e tentador».
Até aqui tudo bem. Um pouco de erotismo nunca fez mal a ninguém. O problema vem a seguir. O Tomás vai jantar a casa da estudante sueca, e é aqui que José perde a noção da realidade:
Parou de comer e fitou-o com uma expressão insinuante. «Sabe qual é a minha maior fantasia de cozinheira?»
«Hã?»
«Quando um dia for casada e tiver um filho, vou fazer uma sopa de peixe com o leite das minhas mamas.»
Tomás quase se engasgou com a sopa.
«Como?»
«Quero fazer uma sopa de peixe com o leite das minhas mamas», repetiu ela, como se dissesse a coisa mais natural do mundo. Colocou a mão no seio esquerdo e espremeu-o de modo tal que o mamilo espreitou pela borda do decote. «Gostava de provar?»
Tomás sentiu uma erecção gigantesca a formar-se-lhe nas calças. Incapaz de proferir uma palavra e com a garganta subitamente seca, fez que sim com a cabeça. Lena tirou todo o seio esquerdo para fora do decote de seda azul (...). A sueca ergueu-se e aproximou-se do professor; em pé, ao lado dele, encostou-lhe o seio à boca. Tomás não resistiu. Abraçou-a pela cintura e começou a chupar-lhe o mamilo saliente.
Bom, após a leitura deste pequeno excerto, a percepção que voçês tinham de José desvaneceu-se. Não por usar no seu livro erotismo e pornografia sem pudor, mas sim pela sopa de peixe. E é aqui que está o 'cherne' da questão (trocadilho óbvio e ridículo): Porquê a sopa de peixe??!! O que é que se passa na cabeça do José? Mas que raio de fetiche é que ele tem? Será que gosta de ver mulheres a apertar os mamilos para que o leite esguiche, e enquanto faz isso, deleita-se com uma bela sopinha de peixe?
Eu e a Marta já estivémos a conversar, e chegámos à conclusão de que, se algum dia eu quisesse lançar uma frase com segundos sentidos e carregada de erotismo e provocação, seria perfeitamente ridículo da minha parte virar-me para ela e dizer: "Querida, podes chegar aqui à cozinha? Preciso de ti para a sopa de peixe...".
Bastava ter pensado na doçaria portuguesa para que tudo isto tivesse coerência. Bastava usar um simples leite creme ou um delicioso arroz doce para que, apesar de ordinário e doentio, fizesse coerência.... enfim...
Ps- Leiam também o texto no blog Esplanar que vale a pena.
Não sei se já leram o novo livro dele (eu não), O Codex 632, mas pelos vistos o José tem lá uma passagem arrebatadora, altamente profícua de imaginação doentia e que ultrapassa em demasia o bizarro, e que acima de tudo não tem uma pinga de coerência. Senão vejamos:
- Tomás - personagem masculina, professor de etnologia da Universidade Nova
- Lena Lindholm - personagem feminina, sueca, estudante de Erasmus, cabelos loiros, olhos azul-turquesa. José criou-a com um «rabo cheio e arredondado» e «nádegas carnudas», já para não falar nos seios, que «Tomás teve de fazer um esforço para não fixar os olhos naquele peito farto e tentador».
Até aqui tudo bem. Um pouco de erotismo nunca fez mal a ninguém. O problema vem a seguir. O Tomás vai jantar a casa da estudante sueca, e é aqui que José perde a noção da realidade:
Parou de comer e fitou-o com uma expressão insinuante. «Sabe qual é a minha maior fantasia de cozinheira?»
«Hã?»
«Quando um dia for casada e tiver um filho, vou fazer uma sopa de peixe com o leite das minhas mamas.»
Tomás quase se engasgou com a sopa.
«Como?»
«Quero fazer uma sopa de peixe com o leite das minhas mamas», repetiu ela, como se dissesse a coisa mais natural do mundo. Colocou a mão no seio esquerdo e espremeu-o de modo tal que o mamilo espreitou pela borda do decote. «Gostava de provar?»
Tomás sentiu uma erecção gigantesca a formar-se-lhe nas calças. Incapaz de proferir uma palavra e com a garganta subitamente seca, fez que sim com a cabeça. Lena tirou todo o seio esquerdo para fora do decote de seda azul (...). A sueca ergueu-se e aproximou-se do professor; em pé, ao lado dele, encostou-lhe o seio à boca. Tomás não resistiu. Abraçou-a pela cintura e começou a chupar-lhe o mamilo saliente.
Bom, após a leitura deste pequeno excerto, a percepção que voçês tinham de José desvaneceu-se. Não por usar no seu livro erotismo e pornografia sem pudor, mas sim pela sopa de peixe. E é aqui que está o 'cherne' da questão (trocadilho óbvio e ridículo): Porquê a sopa de peixe??!! O que é que se passa na cabeça do José? Mas que raio de fetiche é que ele tem? Será que gosta de ver mulheres a apertar os mamilos para que o leite esguiche, e enquanto faz isso, deleita-se com uma bela sopinha de peixe?
Eu e a Marta já estivémos a conversar, e chegámos à conclusão de que, se algum dia eu quisesse lançar uma frase com segundos sentidos e carregada de erotismo e provocação, seria perfeitamente ridículo da minha parte virar-me para ela e dizer: "Querida, podes chegar aqui à cozinha? Preciso de ti para a sopa de peixe...".
Bastava ter pensado na doçaria portuguesa para que tudo isto tivesse coerência. Bastava usar um simples leite creme ou um delicioso arroz doce para que, apesar de ordinário e doentio, fizesse coerência.... enfim...
Ps- Leiam também o texto no blog Esplanar que vale a pena.
3 comentários:
Fdx... bem me parecia que já tinha lido isso algures... eu tou a ler esse livro... lol
então se calhar ele foi há pouco tempo a madrid. é que no museu do prado está lá um quadro da virgem maria a atirar um esguincho de leite da mama que acerta em cheio na boca de um padre que, obviamente se encontra a um nível mais inferior do quadro...
Já li e ouvi muita coisa sobre esse excerto do livro. Parece-me bem, mas o livro é muito mais do que isso. É uma obra de grande qualidade e que me surpreendeu bastante. Leiam. Vale a pena.
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